sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

COLÔNIA AGRÍCOLA MUNICIPAL DE DOURADOS - ITAPORÃ


Origem de Itaporã

A história de Itaporã começou em 20 de janeiro de 1923, quando o então presidente do Estado, Pedro Celestino Corrêa da Costa destinou para fins de colonização uma área de 50.000 ha. compreendidas entre os Rios Brilhante e Panambi, pertencentes ao município de Ponta Porã. Em 10 de setembro de 1946, o então prefeito João Augusto Capilé Junior resolveu explorar as terras reservadas e que já estavam no firme proposito de levar avante a colonização a qual deu a denominação de Colônia Agrícola Municipal de Dourados, procedendo a seguir a distribuição dos primeiros lotes do novo povoado, atualmente Itaporã. Terminando o mandato de Capilé Junior, assumiu a Prefeitura de Dourados o Sr. Antonio de Carvalho, continuou a obra de seu antecessor. Na sua administração foram legalizados todos os lotes até então distribuídos e foi intensificada a colonização.
 Um dos primeiros moradores a residirem onde é hoje a sede do município foi o Sr. Joaquim Domingos que construiu a primeira casa de coqueiro e sapé.
 No ano de 1944 chegaram mais 7 famílias à região onde hoje é o Município de Itaporã, instalando-se próximo ao Córrego Canhadão:
  • Sr. Rogério Moura e Sr.ª Izabel Moura. 
  • Inácio Félix e Sr.ª Joaquina Moura. 
  • Sr. Miguel Moura e Sr.ª Maria Carolina Gimenez Moura. 
  • Sr. Antonio Camilo Diniz e Sr.ª Maria Lucinda Diniz. 
  • Sr. Januário Rodrigues e Sr.ª Odília. 
  • Sr. Benedito Pereira e Sr.ª Maria Camilo. 
  • Sr. Joaquim Rodrigues e Sr.ª Brolínia Camilo. 
 Outros pioneiros da Colônia Agrícola Municipal de Dourados se destacam: Aguira Noda, Francisco Farias, Benedito M. Oliveira, Gebarde M. Neto, Maria, Madalena I.S., João Bosco D. Pimenta, Maria Neuza Dutra P..
  Após a demarcação dos lotes os homens seguiram a pé até a cidade de Dourados (então sede do Município) onde requereram a posse dos mesmos. O Sr. Inácio Félix, era o fiscal e coordenador da distribuição dos lotes que mediam uns 300 metros de frente com no máximo 50 hectares de área. A maior dificuldade encontrada pelos colonos começava na falta de estradas para se chegar aos lotes. Os primeiros moradores chegavam com suas mudanças em carros de bois aonde os homens iam à frente abrindo a mata com foices e machados. Tudo na época era construído em sistema de mutirão. O rancho de festa era coberto de sapé onde realizavam os bailes e por muito tempo serviu de igreja (ficava ao lado de onde é hoje o Colégio Itaporã).
 O trabalho de evangelização era realizado pelos padres pertencentes às Paróquias de Dourados. Frei Servácio Schulte, Frei Antonio Setiwenger, Frei Otaviano Hert, Frei Higino Latteck, Frei Julião Lauer, Frei Teodardo Leitz, Frei Frederico Mies, Frei João Damasceno Herber. Em maio de 1950, com a finalidade de darem assistência religiosa aos pioneiros e fundadores do patrimônio, os padres franciscanos construíram uma casa de madeira, construção simples com um pequeno salão e uma sacristia. Foi a primeira Capela do patrimônio, benzida sob a invocação de São José. Mas os primeiros batizados na sede do patrimônio foram registrados no fim do ano de 1947 e as missas eram celebradas mensalmente desde 1948. 

O Professor Luiz Celso Nonato (filho do colono Fiore Nonato), foi o construtor da igreja denominada São José da Boa Esperança. O Sr. Antônio Franzinho fez a doação do sino que foi instalado em uma torre ao lado da Igreja e posteriormente passado para a torre da nova construção. Em 25 de fevereiro de 1956, Dom Orlando Chaves, Bispo de Corumbá, criou a nova paróquia São José, desmembrando-se da Imaculada Conceição de Dourados. Seu primeiro pároco foi o Frei Antonino Schwenger, nomeado em 24 de março de 1956. A nova paróquia foi oferecida aos franciscanos. Não só porque já tomavam conta da região, mas também porque era a mais esperançosa paróquia de vocações.      
 Os mutirões ocorreram de maneira a facilitar as construções comunitárias, pois as diversas pessoas que vieram tentar uma nova vida traziam consigo o velho ofício tornando-se difícil afirmar quem foi o primeiro carpinteiro, alfaiate, pedreiro, etc. O que se pode afirmar é que alguns profissionais contribuíram de maneira significativa para a formação da Colônia, como o Sr. Santana, que chegou em 1963 e com sua Câmara fotográfica registrou grandes momentos do município. O Senhor ”Antonio Japonês” com sua farmácia (primeira farmácia de Itaporã-década de 50), atendeu os moradores com medicamentos e consultas. Os deputados Camilo Ermelindo da Silva e Francisco Leal de Queiroz apresentaram um projeto de lei para elevar a Colônia Municipal a Município devido grande progresso alcançado pela Colônia. Fato este que surpreendeu até mesmo os próprios moradores da colônia.
 Na época houve uma reação por parte da Prefeitura de Dourados que através de seu advogado o Sr. Weimar Gonçalves Torres, recorreu para que a criação não se consumasse alegando ser inconstitucional a passagem a município sem antes ser distrito. Quando o recurso chegou à capital do País que era Rio de Janeiro, veio a intervenção do Senador João Vilasboas que apoiou a iniciativa de Camilo Ermelindo da Silva e Francisco Leal de Queiroz. Apesar de toda a polêmica em  torno da criação do município de Itaporã, por parte de grupos políticos  contrários, efetivou-se o processo, e o Município de Itaporã foi constituído sendo elevado a categoria de Município pela lei 659, de 10 de Dezembro de 1953, ratificada pela Lei nº 370 de 31 de Julho de 1954 integrado à comarca de Dourados, sendo nomeado Senhor Durval Gomes da Silva para Administrar o Município até a primeira eleição.
 Segundo o Artigo 1º da Lei 370 de 31/07/54 que ratifica o Art. 1º da Lei de Criação do Município (Lei nº 659 de 10/12/53) que trata das divisas tem o seguinte texto:
 Art. 1º - Fica Criado o Município de Itaporã que terá os seguintes limites: partindo da cabeceira do Córrego Peroba, por este abaixo margem direita, até a sua foz no rio Santa Maria descendo por este margem direita até sua confluência no Rio Brilhante, por este abaixo margem direita até sua foz no córrego Panamby, pelo qual sobre margem esquerda até a sua cabeceira mais alta, daí por uma reta ao espigão divisor das águas do Rio Brilhante com Dourados, e daí pelo espigão divisor de águas desses 2 rios até o ponto mais próximo da cabeceira do Córrego Peroba, daí por uma reta a essa cabeceira do Peroba, onde teve começo, fica assim determinado os limites do Município de Itaporã (Cidade Pedra Bonita).
 A prefeitura passou por grandes dificuldades por não ter equipamentos e recursos devido a uma grande campanha por parte da Prefeitura de Dourados, que pressionava os proprietários rurais a recolher os impostos para o município de Dourados e não para aquele novo município.
O processo educacional do patrimônio teve início precariamente, sem um planejamento adequado por falta de estrutura da Colônia. Em 1945 começou a ministrar aulas na colônia a Sr.ª Olímpia Moura (primeira Professora) que atendia os filhos dos vizinhos. Posteriormente a Prefeitura Municipal de Dourados nomeou a cidadã Dinorah de Oliveira para exercer a função de professora municipal no lugar denominado Sardinha, a Srª. Elvira de Carvalho Viegas, nomeada professora da escola da Colônia Agrícola Municipal de Dourados e a  Srª Carmem de Matos Soares, para exercer a função de professora , na zona do Panambi.
Nos anos de 1951 e 1952, através de decretos foram nomeados outros professores: senhorita  Neiza Assunção Flores ; senhora Irene de Oliveira Alves; do senhor Nadir Candido Corrêa; da senhora Maria José Cordeiro; da senhora Waldomira Dias de Souza. E, por último, em 11 de maio de 1953 foi nomeado o Sr. Marcelino Lopes de Oliveira para exercer a função de professor, agora na Escola Mista Municipal do “Patrimônio de Panambi” (denominação dada à sede da Colônia Agrícola Municipal de Dourados).  Os colonos que se estabeleceram na Colônia Agrícola Municipal de Dourados eram originários de vários estados do país (paulistas, baianos, gaúchos, pernambucanos, goianos, mineiros, catarinenses, cearenses). Havia também imigrantes estrangeiros, como paraguaios, portugueses, alemães, japoneses.
 No dia 27 de janeiro de 1973, o progresso da já cidade de Itaporã recebeu um impulso significativo com a inauguração da luz elétrica, fornecida pela Usina de Urubupungá. Em agosto de 1976, é inaugurada a linha telefônica administrada pela TELEMAT.
Hoje Itaporã pertence a região da Grande Dourados. Além da sede municipal, possuí 4 distritos( Piraporã, Montese, Santa Terezinha e Carumbé) e seis povoados (Tatuí, Bandeirantes, Canhadão, Arasselva, Peroba e Bairro São Francisco).  Sua economia está baseada na produção agrícola de soja, arroz, milho, feijão, aveia, trigo; na pecuária e criação de aves e suínos. Possui também o primeiro frigorífico de peixe do Mato grosso do Sul com capacidade para beneficiar e comercializar a produção de peixe. Muitos são os tanques de criação de peixes no município, onde são criadas espécies como piauçu, piraputanga, pacu e pintado

Bibliografia consultada e utilizada
http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/mato-grosso-do-sul/itapora

Paróquia São José de Itaporã, Seu Povo Sua História, Azarias Freire, Maria J. Freire, Nilza Menani, Alais Waideman, Gráfica e editora Dinâmica, Dourados-MS, 2006.
 Itaporã, 50 anos de trabalho e desenvolvimento, Prefeitura Municipal de Itaporã, 2004.







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