Origem de Itaporã
Um dos primeiros moradores a residirem onde é
hoje a sede do município foi o Sr. Joaquim Domingos que construiu a primeira
casa de coqueiro e sapé.
No ano de 1944 chegaram mais 7 famílias à
região onde hoje é o Município de Itaporã, instalando-se próximo ao Córrego
Canhadão:
- Sr. Rogério Moura e Sr.ª Izabel Moura.
- Inácio Félix e Sr.ª Joaquina Moura.
- Sr. Miguel Moura e Sr.ª Maria Carolina Gimenez Moura.
- Sr. Antonio Camilo Diniz e Sr.ª Maria Lucinda Diniz.
- Sr. Januário Rodrigues e Sr.ª Odília.
- Sr. Benedito Pereira e Sr.ª Maria Camilo.
- Sr. Joaquim Rodrigues e Sr.ª Brolínia Camilo.
Outros pioneiros da Colônia Agrícola Municipal
de Dourados se destacam: Aguira Noda, Francisco Farias, Benedito M. Oliveira,
Gebarde M. Neto, Maria, Madalena I.S., João Bosco D. Pimenta, Maria Neuza Dutra
P..
Após a demarcação dos lotes os homens
seguiram a pé até a cidade de Dourados (então sede do Município) onde
requereram a posse dos mesmos. O Sr. Inácio Félix, era o fiscal e coordenador
da distribuição dos lotes que mediam uns 300 metros de frente com no máximo 50
hectares de área. A maior dificuldade encontrada pelos colonos começava na
falta de estradas para se chegar aos lotes. Os primeiros moradores chegavam com
suas mudanças em carros de bois aonde os homens iam à frente abrindo a mata com
foices e machados. Tudo na época era construído em sistema de mutirão. O rancho
de festa era coberto de sapé onde realizavam os bailes e por muito tempo serviu
de igreja (ficava ao lado de onde é hoje o Colégio Itaporã).
O trabalho de evangelização era realizado
pelos padres pertencentes às Paróquias de Dourados. Frei Servácio Schulte, Frei
Antonio Setiwenger, Frei Otaviano Hert, Frei Higino Latteck, Frei Julião Lauer,
Frei Teodardo Leitz, Frei Frederico Mies, Frei João Damasceno Herber. Em maio
de 1950, com a finalidade de darem assistência religiosa aos pioneiros e
fundadores do patrimônio, os padres franciscanos construíram uma casa de
madeira, construção simples com um pequeno salão e uma sacristia. Foi a
primeira Capela do patrimônio, benzida sob a invocação de São José. Mas os
primeiros batizados na sede do patrimônio foram registrados no fim do ano de
1947 e as missas eram celebradas mensalmente desde 1948.
O Professor Luiz Celso Nonato (filho do colono
Fiore Nonato), foi o construtor da igreja denominada São José da Boa
Esperança. O Sr. Antônio Franzinho fez a doação do sino que foi instalado
em uma torre ao lado da Igreja e posteriormente passado para a torre da nova
construção. Em 25 de fevereiro de 1956, Dom Orlando Chaves, Bispo de Corumbá,
criou a nova paróquia São José, desmembrando-se da Imaculada Conceição de
Dourados. Seu primeiro pároco foi o Frei Antonino Schwenger, nomeado em 24 de
março de 1956. A nova paróquia foi oferecida aos franciscanos. Não só porque já
tomavam conta da região, mas também porque era a mais esperançosa paróquia de
vocações.
Os mutirões ocorreram de maneira a facilitar
as construções comunitárias, pois as diversas pessoas que vieram tentar uma
nova vida traziam consigo o velho ofício tornando-se difícil afirmar quem foi o
primeiro carpinteiro, alfaiate, pedreiro, etc. O que se pode afirmar é que
alguns profissionais contribuíram de maneira significativa para a formação da
Colônia, como o Sr. Santana, que chegou em 1963 e com sua Câmara fotográfica
registrou grandes momentos do município. O Senhor ”Antonio Japonês” com sua
farmácia (primeira farmácia de Itaporã-década de 50), atendeu os moradores com
medicamentos e consultas. Os deputados Camilo Ermelindo da Silva e Francisco
Leal de Queiroz apresentaram um projeto de lei para elevar a Colônia Municipal
a Município devido grande progresso alcançado pela Colônia. Fato este que
surpreendeu até mesmo os próprios moradores da colônia.
Na época houve uma reação por parte da
Prefeitura de Dourados que através de seu advogado o Sr. Weimar Gonçalves
Torres, recorreu para que a criação não se consumasse alegando ser
inconstitucional a passagem a município sem antes ser distrito. Quando o recurso
chegou à capital do País que era Rio de Janeiro, veio a intervenção do Senador
João Vilasboas que apoiou a iniciativa de Camilo Ermelindo da Silva e Francisco
Leal de Queiroz. Apesar de toda a polêmica em torno da criação do
município de Itaporã, por parte de grupos políticos contrários, efetivou-se o processo, e o
Município de Itaporã foi constituído sendo elevado a categoria de Município
pela lei 659, de 10 de Dezembro de 1953, ratificada pela Lei nº 370 de 31 de
Julho de 1954 integrado à comarca de Dourados, sendo nomeado Senhor Durval
Gomes da Silva para Administrar o Município até a primeira eleição.
Segundo o Artigo 1º da Lei 370 de 31/07/54 que
ratifica o Art. 1º da Lei de Criação do Município (Lei nº 659 de 10/12/53) que
trata das divisas tem o seguinte texto:
Art. 1º - Fica Criado o Município de Itaporã
que terá os seguintes limites: partindo da cabeceira do Córrego Peroba, por
este abaixo margem direita, até a sua foz no rio Santa Maria descendo por este
margem direita até sua confluência no Rio Brilhante, por este abaixo margem
direita até sua foz no córrego Panamby, pelo qual sobre margem esquerda até a
sua cabeceira mais alta, daí por uma reta ao espigão divisor das águas do Rio
Brilhante com Dourados, e daí pelo espigão divisor de águas desses 2 rios até o
ponto mais próximo da cabeceira do Córrego Peroba, daí por uma reta a essa
cabeceira do Peroba, onde teve começo, fica assim determinado os limites do
Município de Itaporã (Cidade Pedra Bonita).
A prefeitura passou por grandes dificuldades
por não ter equipamentos e recursos devido a uma grande campanha por parte da
Prefeitura de Dourados, que pressionava os proprietários rurais a recolher os
impostos para o município de Dourados e não para aquele novo município.
O processo educacional do patrimônio teve início
precariamente, sem um planejamento adequado por falta de estrutura da Colônia.
Em 1945 começou a ministrar aulas na colônia a Sr.ª Olímpia Moura (primeira
Professora) que atendia os filhos dos vizinhos. Posteriormente a Prefeitura
Municipal de Dourados nomeou a cidadã Dinorah de Oliveira para exercer a função
de professora municipal no lugar denominado Sardinha, a Srª. Elvira de
Carvalho Viegas, nomeada professora da escola da Colônia Agrícola Municipal de
Dourados e a Srª
Carmem de Matos Soares, para exercer a função de professora , na zona do
Panambi.
Nos anos de 1951 e 1952, através de decretos foram
nomeados outros professores: senhorita Neiza Assunção Flores ; senhora
Irene de Oliveira Alves; do senhor Nadir Candido Corrêa; da senhora Maria José
Cordeiro; da senhora Waldomira Dias de Souza. E, por último, em 11 de maio de
1953 foi nomeado o Sr. Marcelino Lopes de Oliveira para exercer a função de
professor, agora na Escola Mista Municipal do “Patrimônio de Panambi” (denominação
dada à sede da Colônia Agrícola Municipal de Dourados). Os colonos que se
estabeleceram na Colônia Agrícola Municipal de Dourados eram originários de
vários estados do país (paulistas, baianos, gaúchos, pernambucanos, goianos,
mineiros, catarinenses, cearenses). Havia também imigrantes estrangeiros, como
paraguaios, portugueses, alemães, japoneses.
No dia 27 de janeiro de 1973, o progresso da
já cidade de Itaporã recebeu um impulso significativo com a inauguração da luz
elétrica, fornecida pela Usina de Urubupungá. Em agosto de 1976, é inaugurada a
linha telefônica administrada pela TELEMAT.
Hoje Itaporã pertence a região da Grande Dourados. Além da sede
municipal, possuí 4 distritos( Piraporã, Montese, Santa Terezinha e Carumbé) e
seis povoados (Tatuí, Bandeirantes, Canhadão, Arasselva, Peroba e Bairro São
Francisco). Sua economia está baseada na produção agrícola de soja,
arroz, milho, feijão, aveia, trigo; na pecuária e criação de aves e suínos.
Possui também o primeiro frigorífico de peixe do Mato grosso do Sul com
capacidade para beneficiar e comercializar a produção de peixe. Muitos são os
tanques de criação de peixes no município, onde são criadas espécies como
piauçu, piraputanga, pacu e pintado
Bibliografia consultada e utilizada
http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/mato-grosso-do-sul/itapora
Paróquia São José de Itaporã, Seu Povo Sua História, Azarias Freire, Maria J. Freire, Nilza Menani, Alais Waideman, Gráfica e editora Dinâmica, Dourados-MS, 2006.
Itaporã, 50 anos de trabalho e desenvolvimento, Prefeitura Municipal de Itaporã, 2004.