domingo, 25 de novembro de 2012

A linguagem verbal e não verbal


A linguagem verbal e não verbal

 



Procurando facilitar nossa compreensão sobre este assunto, analisaremos as imagens a seguir:




De acordo com nossa observação, percebemos apenas a presença de símbolos, sem nenhum tipo de escrita.


Mas será que esses símbolos nos dizem algo? Como interpretá-los?

Na verdade, eles têm muito a nos dizer. E nós, à medida que vamos adquirindo experiência e ampliando nosso conhecimento, conseguimos decifrá-los facilmente.


Trata-se de uma linguagem não verbal, na qual o objetivo da comunicação é nos alertar sobre algo. Como podemos conferir:

A primeira placa dialoga conosco da seguinte maneira:
 

“É proibido parar e estacionar”.

A segunda diz:

“Este local é reservado para pessoas portadoras de deficiência física.”


Assim como estas, há também várias outras, como por exemplo:

Silêncio, hospital!
Proibido fumar!
Cuidado! Cão bravo! 
O semáforo do trânsito, além de gestos, dança e artes em geral, como pinturas, esculturas, teatro.

Já na linguagem verbal, a comunicação é realizada por meio de palavras, seja através de um cartaz, de um texto, uma propaganda, um anúncio, e muitos outros.


O importante é sempre lembrarmos:


Toda linguagem, seja verbal ou não verbal, possui um único objetivo:

Estabelecer algum tipo de comunicação entre quem fala ou escreve, e quem ouve ou lê.

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Escola Kids

A importância da interpretação textual


A importância da interpretação textual



A leitura faz parte de nosso dia a dia, seja na escola, nas tarefas de casa, durante algum percurso que fazemos, enfim, em todos os momentos ela está presente. 

O fato é que quando a praticamos, muitas vezes não paramos para pensar sobre a sua verdadeira importância, ou seja: até que ponto este ou aquele texto fez sentido para nós enquanto mantínhamos contato com ele?
 
Você sabe o porquê dessa pergunta? 

Muitas vezes, principalmente na escola, a professora sugere uma leitura e, logo em seguida, ordena que seja feita a interpretação referente ao texto lido. Mas como realizá-la, se não lembramos quase nada daquilo que acabamos de ler? Quando isso acontece é porque ainda não temos a habilidade necessária a todo bom leitor. 

Essa habilidade em saber interpretar um texto, pelo fato de ser muito importante, precisa ser rapidamente conquistada, pois ela nos ajudará em todas as disciplinas, a começar por aquele probleminha de matemática....
Ah! Quantas vezes o lemos e não conseguimos resolvê-lo, não é verdade? 

Pois bem, o mais importante nessa atividade é sabermos decifrar qual a mensagem que um determinado texto quer nos transmitir e, para isso, é essencial analisarmos alguns pontos.
 

Precisamos estar atentos ao título, uma vez que ele nos fornece pistas sobre o assunto que será tratado posteriormente. Logo após, surge o primeiro parágrafo que, dependendo do texto, revela os principais elementos contidos no assunto a ser discutido.

Geralmente, nos parágrafos seguintes, o emissor (a pessoa que escreve) costuma desenvolver toda a sua ideia de um modo mais detalhado e, ao final, faz um uma espécie de “resumo” sobre tudo o que foi dito, para não deixar que nada fique vago, sem sentido para o leitor.

Até aqui falamos sobre a forma pela qual o texto se constrói, mas há também outro detalhe que não podemos nunca nos esquecer: a pontuação. Às vezes, uma vírgula pode mudar o sentido de uma frase, os pontos de interrogação e exclamação dizem tudo sobre as “intenções” do autor, ou seja, ele pode deixar uma pergunta para refletirmos, pode também elogiar ou fazer uma crítica, utilizando o ponto de exclamação, concorda? 

Assim sendo, resta ainda dizer que nem sempre numa primeira leitura podemos identificar todos os elementos necessários a uma boa compreensão. Caso a mensagem não fique clara ao nosso entendimento, realizamos uma segunda, desta vez um pouco mais atenta, dando importância aos sinais de pontuação, como também analisando cada parágrafo e retirando dele a ideia principal. 

Agindo assim, considere-se um leitor competente!!!

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Escola Kids

http://www.escolakids.com/a-importancia-da-interpretacao-textual.htm acesso 25/11/2012

domingo, 22 de julho de 2012

NOVA ORTOGRAFIA EM QUADRINHOS












Resumo Capitães da areia de Jorge Amado


Capitães da areia de Jorge Amado
Resumo
Capitão da areia de Jorge Amado trata da vida de menores abandonados da Bahia liderados por Pedro Bala e moram num velho trapiche em Salvador, eles vivem de pequenos furtos e malandragens. Capitães de areia revoltam-se por causa do abandono em vivem. A obra denuncia as desigualdades sociais, contraponde permanentemente burguesia e povo, e a desonestidade da classe dominante e a sensibilidade a dos que vivem à margem da sociedade.
Pedro Bala era o chefe dos capitães da areia, ele comandava e planejava roubos feitos pelos menores abandonados.
 João Grande tem um pé grande, por isso tinha esse nome. Tinha treze anos de idade, fumava e bebia cachaça, era uma espécie de tenente de Pedro Bala. Não gostava de ver ninguém fazer maldade aos menores.
O Professor gostava muito de ler, era muito inteligente, respeitado pelos membros do grupo por saber contar histórias.
Pirulito era muito religioso, gostava muito de rezar e seu sonho era ser padre.
Sem Pernas por causa do seu defeito físico, era surrado por outros menores, e com isso ele era muito revoltado. Mas o que ele queria mesmo e sentia muita falta era de um carinho, de alguém que lhe desse amor.
 O Gato era elegante, bonito, um autentico candidato a malandro, vestia-se bem e tinha um caso com Dalva que era uma prostituta, a qual lhe dava dinheiro.
Boa Vida não gostava de trabalhar, era um dos mais malandros da cidade, só gostava de fazer samba e cantar.
Volta Seca venho do sertão, tinha ânsia de vingança, pois se criou sozinho e sem amor.

Jorge Amado utiliza o recurso das cartas para criticar indiretamente os poderosos por meio da linguagem, examinada em diferentes níveis. Assim, a escrita redundante, das autoridades da um tom da reportagem, e parece colaborar para a feição realista do romance, como se o narrador quisesse dar a impressão para o leitor de que o que vai contar é absolutamente verdadeiro. Nesse romance o escritor procura mostrar os costumes em seus aspectos positivos e negativos da sociedade nordestina, em especial do seu estado, a Bahia, onde procura traçar um perfil de heróis típicos, que mostram as contradições da sociedade capitalista.

A MULHER SEM PECADO - Resumo

A MULHER SEM PECADO
Nelson Rodrigues


            Lídia era a segunda mulher de Olegário, ele fica paralítico, mas mesmo antes de ficar doente ele já sentia muito ciúmes de sua esposa Lídia, mas com sua paralisia o ciúme tornou-se excessivo, e passa a atormentá-la com suas desconfianças, e contrata pessoas para vigiá-la em todo lugar que vai. Esse ciúme sem medidas que Olegário sente em relação à Lídia, acaba induzindo-a a traição, pois fica infernizando-a com insinuações, e colocando pensamentos pecaminosos em sua cabeça, e com isso, ela sente-se sozinha, mesmo tendo todo o conforto, a sua vida conjugal é de amargura e de ausência de amor.
            O motorista Umberto sente-se atraído pela patroa e lhe dá um beijo, e esse beijo desperta em Lídia um sentimento desconhecido, nunca antes sentido. Com o motorista Lídia sente desejos que estavam escondidos, sentimento este, que ela nunca sentiu pelo seu marido Olegário. Depois, de certo, tempo Lídia descobre a farsa do marido, pois Olegário mentira, não estava paralítico, fingia a doença para segurar a esposa junto dele, pois aí que aconteceu o contrario ele acabou perdendo a esposa, ela foi embora com o motorista Essa fuga de Lídia aconteceu pela própria culta de Olegário, que se não tivesse fingido paralisia, ela não ia sentir-se tão sozinha e abandonada e abandonou o conforto de sua casa.

EDUCAÇÃO


                           EDUCAÇÃO



“Educar é dar um valioso presente,  não um duro dever.”
               Alberto Einstein 
                  

         A educação na escola, não deve ser apenas aprender o conteúdo curricular, mas preparar o aluno para o exercício da aprendizagem, sabendo usar os recursos do meio em que vive para ensiná-lo a compreender melhor o conteúdo a ser estudado, dando-lhe oportunidade de expor suas idéias, participando realmente das aulas e não sendo apenas um mero ouvinte, mas criando oportunidades para que todos participem com responsabilidade, encorajando-os e respeitando a capacidade de cada um.
         A educação do aluno na escola não deve ser apenas prepará-lo para o futuro profissional, mas para vida. Que sejam no futuro, quando adultos, além de bons profissionais, também bons pais de famílias sabendo enfrentar as adversidades que a vida vai lhe impor.
        . . . que se tornem aprendizes pelo resto da vida; . . . que saiam para o mundo como adultos dignos, com  respeito por si mesmos e pelos outros, apaixonados e dispostos a correr riscos, a colaborar e a compartilhar; . . . que consigam pesar com autonomia e independência e sejam capazes de se importar com a vida, com eles mesmos, com a comunidade, com o meio ambiente e com o planeta. (Guiomar Namo de Mello- diretora executiva da Fundação Victor Civita, revista Nova Escola, período Janeiro/Fevereiro 2005.)


                                                                                             SUZANA  FERRARI                   

domingo, 27 de maio de 2012

FIGURAS DE LINGUAGEM


As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso lingüístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao discurso.

As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido figurado, não- denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais amplo e criativo.

As figuras de linguagem classificam-se em:


a) figuras de palavras;
b) figuras de harmonia;
c) figuras de pensamento;
d) figuras de construção ou sintaxe.

FIGURAS DE PALAVRA


A
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.

Comparação
Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - e alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.


Exemplos:

"Amou daquela vez como se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico."
(Chico Buarque)

"As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas..."
(Jorge Amado)


Metáfora
Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.

Exemplo:

"Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão."
(Machado de Assis)

Metonímia
Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua.

Sinédoque
Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos sinédoque nos seguintes casos:

· o todo pela parte e vice-versa:
"A cidade inteira(1) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos(2) de seu cavalo."
(J. Cândido de Carvalho)
-> 1: O povo.
-> 2: Parte das patas.

· o singular pelo plural e vice-versa:
"O paulista(3) é tímido; o carioca(4), atrevido."
-> 3: Todos os paulistas.
-> 4: Todos os cariocas.

· o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum):
"Para os artistas ele foi um mecenas(5)."
-> 5: Protetor.


Catacrese
A catacrese é um tipo de especial de metáfora, "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico."
(Othon M. Garcia)

São exemplos de catacrese:

"folhas de livro"
"dente de alho"
"céu da boca"
"mão de direção"
"asa da xícara"
"pele de tomate"
"montar em burro"
"cabeça de prego"
"ventre da terra"
"sacar dinheiro no banco"

Sinestesia
A sinestesia consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).

Exemplo:

"A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensações táteis], quase irreal."
(Augusto Meyer)

Antonomásia
Ocorre antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou fato que a distingue.

Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.

Exemplos:

"E ao rabi simples(1), que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
(Raimundo Correia)
-> 1: Cristo

Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
O Cisne de Mântua (= Virgílio)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão)

Alegoria
A alegoria é uma acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos - um referencial e outro metafórico.


Exemplo:

"A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente..."
(Machado de Assis)

FIGURAS DE HARMONIA


Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura "imitar"sons produzidos por coisas ou seres.


Aliteração
Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.

Exemplo:

"Toda gente homenageia Januária na janela."
(Chico Buarque)

Assonância
Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.

Exemplo:
"Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam."
(Chico Buarque)

Paronomásia
Ocorre paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.

Exemplo:

"Berro pelo aterro pelo desterro
berro por seu berro pelo seu erro
quero que você ganhe que você me apanhe
sou o seu bezerro gritando mamãe."
(Caetano Veloso)

Onomatopéia
Ocorre quando uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.

Exemplo:

"O silêncio fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido...
Vvvvvvvv... passou."
(Mário de Andrade)

FIGURAS DE PENSAMENTO

As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.


Antítese
Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.

Exemplo:

"Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal."
(Rui Barbosa)


Apóstrofe
Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada para dar ênfase à expressão.

Exemplo:

"Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?"
(Castro Alves)

Paradoxo
Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.

Exemplo:

"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;"
(Camões)

Eufemismo
Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.

Exemplo:

"E pela paz derradeira(1) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague".
(Chico Buarque)
-> 1: paz derradeira: morte

Gradação
Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.

Exemplo:

"Aqui... além... mais longe por onde eu movo o passo."
(Castro Alves)

Hipérbole
Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.

Exemplo:

"Rios te correrão dos olhos, se chorares!"
(Olavo Bilac)

Ironia
Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.

Exemplo:

"Moça linda, bem tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor."
(Mário de Andrade)

Prosopopéia
Ocorre prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.

Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este exemplo de Mário de Quintana: "O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico..."

Exemplos:

"... os rios vão carregando as queixas do caminho."
(Raul Bopp)

Um frio inteligente (...) percorria o jardim..."
(Clarice Lispector)

Perífrase
Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.

Exemplo:

"Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil."
(André Filho)

FIGURAS DE LINGUAGEM


As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

Elas podem ser construídas por:

a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.

Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:

Assíndeto

Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).

Exemplo:

"Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se."
(Machado de Assis)


Elipse
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.

Exemplo:

"Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas."(1)

-> 1: Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...)


Zeugma
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.

Exemplo:

"Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes."(1)
(Camilo Castelo Branco)
-> 1: Zeugma do verbo: "e foram assassinados..."


Anáfora
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.

Exemplo:

"Depois o areal extenso...
Depois o oceano de pó...
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só..."
(Castro Alves)

Pleonasmo
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.

a) Pleonasmo literário

É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

Exemplo:

"Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via."
(Alberto de Oliveira)

"Morrerás morte vil na mão de um forte."
(Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal"
(Fernando Pessoa)

b) Pleonasmo vicioso
É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.

Exemplos:

"subir para cima"
"repetir de novo"
"hemorragia de sangue"
"breve alocução"
"entrar para dentro"
"ouvir com os ouvidos"
"monopólio exclusivo"
"principal protagonista"


Polissíndeto
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.

Exemplo:

"Vão chegando as burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza."
(Manuel Bandeira)


Anástrofe
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado).

Exemplo:

"Tão leve estou(1) que nem sombra tenho."
(Mário Quintana)
-> 1: Estou tão leve...

Hipérbato
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.

Exemplo:

"Passeiam à tarde, as belas na Avenida."(1)
(Carlos Drummond de Andrade)
-> 1: As belas passeiam na Avenida à tarde.

Sínquise
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.

Exemplo:

"A grita se alevanta ao Céu, da gente."(1)
(Camões)
-> 1: A grita da gente se alevanta ao Céu.


Hipálage

Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma objeto é atribuída a outro, na mesma frase.

Exemplo:

"... as lojas loquazes dos barbeiros."(2)
(Eça de Queiros)
-> 2: ... as lojas dos barbeiros loquazes.

Anacoluto
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.

Exemplo:

"Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas."
(Alcântara Machado)

Silepse
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.

a) Silepse de gênero
Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).

Exemplo:

"Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito."
(Guimarães Rosa)

b) Silepse de número

Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).

Exemplo:

Corria gente de todos lados, e gritavam."
(Mário Barreto)

c) Silepse de pessoa
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.

Exemplo:

"Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas."
(Machado de Assis)


ARCADISMO




Momento sócio-cultural

.Ciclo do ouro.
.Mudança do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste.
.Centro econômico e  cultural: Minas Gerais  (em particular Vila Rica, atual
Ouro Preto).
.Inconfidência Mineira e outros movimentos de contestação  em relação à dominação da Metrópole.
.Início da vida literária na colônia.


 Características literárias

.Bucolismo (poesia pastoril) e Iluminismo (neoclassicismo).
.Distanciamento entre a arte e a vida (ainda que participassem da Inconfidência, os poetas árcades escreveram poemas desligados da situação econômica e política em que viviam).
.Anúncio do Romantismo na poesia épica: espírito nativista.


Autores e obras

Poesia lírica
.Cláudio Manuel da Costa (pseudônimo: Glauceste Satúrnio): Obras poéticas
(1786, início oficial do Arcadismo no Brasil).
.Tomás Antônio Gonzaga  (pseudônimo: Dirceu),  nosso maior e mais popular
poeta árcade: Marília de Dirceu (1ª e 2ª partes, 2 volumes).
.Silva Alvarenga: Glaura

Poesia épica (sentimento nativista):
.Basílio da Gama: O Uraguai
.Santa Rita Durão: O Caramuru
.Cláudio Manuel da Costa: Vila Rica

Poesia satírica (crítica social):
.Tomás Antônio Gonzaga: Cartas Chilenas


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BARROCO


                       

Momento sócio-cultural.Período áureo do ciclo da cana-de-açúcar.
.Centros econômicos e culturais: Bahia e Pernambuco.
.Poder econômico: senhores de engenho. Relação básica: senhor e escravo.
.Ausência de centros urbanos e de vida cultural.
.Ampliação do território pelos bandeirantes.


Características literárias.

Poesia e prosa caracterizadas pela "duplicidade": os dois autores mais importantes do barroco brasileiro pertencem  igualmente  à história literária luso-espanhola.
.Academias literárias, preservando  o espírito barroco e anunciando o iluminismo.


Autores e obras

Poesia

Gregório de Matos, poeta culto e conceptista, europeu e brasileiro, primeira voz de nossa literatura, poeta "maldito" (Boca do Inferno): poesia lírica, religiosa, filosófica, satírica e encomiástica (elogiosa).  Não publicou nenhuma obra em vida.
Prosa (oratória sacra)


Padre Antônio Vieira, maior orador sacro do conceptismo barroco e de toda a
língua portuguesa. Sermão da Sexagésima, Sermão de bom sucesso das armas de
Portugal contra as de Holanda, Sermão de Santo Antônio dos Peixes
e outros.


http://portalliterario.

terça-feira, 17 de abril de 2012

QUINHENTISMO


Depois de 1500 , o Brasil ficou praticamente isolado da política colonialista portuguesa . Nenhuma riqueza se oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época . Só depois de 30 anos da descoberta é que a exploração começou a ser feita de forma sistemática e , assim mesmo , de maneira bastante lenta e gradativa . 

O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses para a nova terra foi o pau-brasil , uma madeira da qual se extraia uma tinta vermelha que tinha razoável mercado na Europa . Para sua exploração , não movimentaram grande volume de capital , cuidado que a monarquia lusitana , sempre em estado de falência , precisava tomar . Nada de vilas ou cidades , apenas algumas fortificações precárias , para proteção da costa . Esse quadro sofreria modificações profundas ao longo do século XVI .
Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos organizada , a vida cultural sofreria de escassez e descontinuidade . A crítica literária costuma periodiza o início da história da literatura brasileira com o Barroso , em 1601. Como se vê , já no século XVII . Assim , uma pergunta se impõe : o que aconteceu no Brasil entre 1500 e 1600 , no âmbito da arte literária . 

Esse período , denominado de "Quinhentismo ", apesar de não ter apresentado nenhum estilo literário articulado e desenvolvido , mostrou algumas manifestações que merecem consideração . Podemos destacar duas tendências literárias dentro do Quinhentismo brasileiro : a Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas .
A LITERATURA DE INFORMAÇÃO
Durante o século XVI , sobretudo a partir da 2a. metade , as terras então recém-descobertas despertaram muito interesse nos europeus . Entre os comerciantes e militares , havia aqueles que vinham para conhecer e dar notícias sobre essas novas terras , como o escrivão Pero Vaz de Caminha , que acompanhou a expedição de Pedro Álvares Cabral , em 1500 .
Os textos produzidos eram , de modo geral , ufanistas , exagerando as qualidades da terra , as possibilidades de negócios e a facilidade de enriquecimento . Alguns mais realistas deixavam transparecer as enormes dificuldades locais , como locomoção , transporte , comunicação e orientação . 

O envolvimento emocional dos autores com os aspectos sociais e humanos da nova terra era praticamente nulo . E nem podia ser diferente , uma vez que esses autores não tinham qualquer conhecimento sobre a cultura dos povos silvícolas . Parece ser inclusive exagerado considerar tais textos como produções literárias , mas a tradição crítica consagrou assim .
Seguem alguns trechos da famosa Carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao Rei D. Manuel de Portugal , por ocasião da descoberta do Brasil .
"E neste dia , a hora de véspera , houvemos vista de terra , isto é principalmente d'um grande monte , mui alto e redondo , e d'outras serras mais baixas a sul dele de terra chã com grandes arvoredos , ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à Terra de Vera Cruz . 

A feição deles é serem pardos , maneira d'avermelhados , de bons narizes , bem feitos . Andam nus , sem nenhuma cobertura , nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas . E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto .
Os outros dois , que o capitão teve nas naus , a quem deu o que já dito é , nunca aqui mais apareceram , de que tiro ser gente bestial e de pouco saber e por isso assim esquivos . Eles , porém , com tudo , andam muito bem  curados e muito limpos e naquilo me aprece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas , porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão formosos , que não pode mais ser . E isto me fez presumir que não têm casas em moradas em que se acolham . E o ar , a que se criam , os faz tais . " 

A LITERATURA DOS JESUÍTAS
A título de catequizar o "gentio"e , mais tarde , a serviço da Contra-Reforma Católica , os jesuítas logo cedo se fizeram presentes em terras brasileiras . Marcaram essa presença não só pelo trabalho de aculturação indígena , mas também através da produção literária , constituída de poesias de fundamentação religiosa , intelectualmente despojadas , simples no vocabulário fácil e ingênuo. 

Também através do teatro , catequizador e por isso mesmo pedagógico , os jesuítas realizaram seu trabalho . As peças , escritas em medida velha , mesclam dogmas católicos com usos indígenas para que , gradativamente , verdades cristãs fossem sendo inseridas e assimiladas pelos índios . O autor mais importante dessa atividade é o Padre José de Anchieta . Além de autor dramático , foi também poeta e pesquisador da cultura indígena , chegando a escrever um dicionário da língua tupi-guarani .
Em suas peças , Anchieta explorava o tema religioso , quase sempre opondo os demônios indígenas , que colocavam as aldeias em perigo , aos santos católicos , que vinham salvá-las . Vejamos um trecho de uma de suas peças mais conhecidas , o Autor de São Lourenço .
 Durante o século XVI a literatura portuguesa se espelhava nos clássicos: Virgílio, Homero; no Brasil não haviam sequer muitas pessoas que soubessem ler. A maioria das obras escritas no Brasil na época não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes. Elas são chamadas Literatura de Informação. Apenas dois autores da época podem ser considerados autores brasileiros: Bento Teixeira, o primeiro poeta do Brasil, e José de Anchieta, iniciador do teatro barsileiro. 

Pero Vaz de Caminha
Pero Vaz de Caminha (1450?-1500) era o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral e o autor da "certidão de nascimento" do Brasil. Em 1499 Caminha foi nomeado escrivão da feitoria que Cabral fundaria nas Índias. Quando Cabral chegou "acidentalmente" no Brasil, foi Caminha que escreveu ao rei de Portugal relatando a "descoberta". Do Brasil Caminha partiu para a Índia, onde morreu no final do mesmo ano nas lutas entre portugueses e muçulmanos. A Carta de Caminha ficou inédita por cerca de 300 anos, mas quando foi publicada, em 1817, ajudou a esclarecer várias questões sobre o descobrimento.
"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! " Carta de Caminha
Pero de Magalhães Gândavo
Pero de Magalhães Gândavo ( ? - 1576?) foi um cronista que escreveu dois livros sobre o Brasil, sendo sua obra uma das melhores da Literatura de Informação. Professor de Latim, amigo de Camões (a quem dedicou uma de suas obras) e gramático, viveu algum tempo no Brasil e sobre o país escreveu Tratado da Terra do Brasil e História da Província Santa Cruz. Neles descreve a Geografia e a História das capitanias que visitou. 

"Quezera escrever mais miudamente das particularidades desta província do Brasil, mas porque satisfizesse a todos com brevidade guardei-me de ser comprido; posto que os louvores da terra pedissem outro livro mais copioso e de maior volume, onde se compreendessem por extenso as excelências e diversidades das cousas que ha nella pera remédio e proveito dos homens que la forem viver." Tratado da Terra do Brasil
"A causa principal que me obrigou a lançar mão da presente historia, e sair com ella a luz, foi por não haver atégora pessoa quea emprendesse, havendo já setenta e tantos annos que esta Provincia he descoberta. A qual historia creio que mais esteve sepultada em tanto silencio, pelo pouco caso que os portuguezes fizerão sempre da mesma provincia, que por faltarem na terra pessoas de engenho, e curiosas que per melhor estillo, e mais copiosamente que eu a escrevessem." História da Província Santa Cruz
 
Bento Teixeira
Bento Teixeira (1560-1618) escreveu a primeira obra de literatura brasileira: Prosopopeia, inspirada em Os Lusíadas, quando tinha apenas 20 anos. Apesar de natural de Portugal, pode ser considerado um escritor brasileiro por que se mudou para cá ainda criança e escreveu no Brasil sobre o Brasil e para brasileiros. 

José de Anchieta
O padre José de Anchieta (1534-1597) foi uma das grandes figuras do primeiro século de história do Brasil. Nascido nas Ilhas Canárias, domínio espanhol, tinha parentesco com Inácio de Loiola. De saúde frágil e dedicado aos estudos, Anchieta tornou-se jesuítas aos 17 anos de idade e naquele mesmo ano partiu para o Brasil. No Brasil Anchieta criou o teatro brasileiro: autos para a catequese dos índios. Também fez poesia em latim e escreveu tratados sobre o Brasil.
"Teme a Deus, juiz tremendo,
que em má hora te socorra,
em Jesus tão só vivendo,
pois deu sua vida morrendo
para que tua morte morra." Auto de São Lourenço

Fonte: Profa. Beatriz

CLASSICISMO


Classicismo é a doutrina estética que dá ênfase à ordem, ao equilíbrio e à simplicidade.Os antigos gregos foram os primeiros grandes clássicos.Posteriormente, os romanos, os franceses, os inglesese e outros povos produziram movimentos clássicos.Cada grupo desenvolveu suas próprias características particulares, mas todos refletiam idéias comuns sobre a arte, o homem, o mundo.

O Classicismo confere maior importância às faculdades intelectuais do que às emocionais na criação da obra de arte, porque busca a expressão de valores universais acima dos particularismos individuais ou nacionais.Inspirando-se no modelo da Antiguidade clássica greco-romana e no Renascentismo italiano, estabeleceu princípios ou normas, como a harmonia das proporções, a simplicidade e equilíbrio da composição e a idealização da realidade.recusa, portanto,a emotividade e exuberância decorativa do barroco.
Classicismo
No período compreendido entre 1450 e 1600 surgiu na Europa, principalmente na Itália, um movimento chamado Renascimento, que foi o responsável por uma radical transformação do homem no que diz respeito à religião, à filosofia, ao amor, à política, enfim, à maneira de encarar a vida.
 Foi em Florença, terra natal de Dante e Giotto, que um grupo de artistas se dispôs a criar uma nova arte e a romper com as idéias do passado. Florença é considerada, portanto, o berço do Renascimento.O Renascimento tem três significados que o definem: a antigüidade, a humanidade e a universalidade.

A antigüidade redescobriu as obras literárias, históricas e filosóficas da civilização greco-romana, tendo o Renascimento traduzido, restaurado e explicado grande parte de obras literárias da Antigüidade Clássica. Mas afinal, renascer o quê? Renascer o modo de pensar, o modelo político, as formas estéticas, a mitologia, a maneira de viver. Renasceram as normas ditadas por Aristóteles e Horácio; imitou-se Virgílio. Buscou-se o belo na nobreza, que ditava o conceito de beleza. Julgavam os renascentistas terem os gregos e romanos atingido o auge da civilização – era importante restaurá-la. A humanidade valorizou o homem, transformando-o em centro do universo. A estátua de David, de Michelangelo, não seria possível na Idade Média – gigantesco, musculoso e nu, retratando a grandeza do homem renascentista. A universalidade incorporou o mar entre os elementos medievais, que só conheciam a terra e o céu. O Renascimento descobriu o mar e lhe deu primazia. O homem renascentista desbravou os oceanos, lutou com as tempestades em alto-mar, conquistou “mares nunca dantes navegados” e voltou ao ponto de partida.


=O classicismo foi, no plano literário, o retrato vivo da Renascença. Os escritores clássicos do Renascimento seguiram de perto a literatura da Antigüidade, cujos modelos foram imitados ou adaptados à realidade da época. Como conseqüência, suas obras revelaram, na estrutura formal, a rigidez das normas de composição de acordo com os padrões consagrados pela tradição greco-latina. Em seu conteúdo, mostravam o paganismo, o ideal platônico de amor e outras marcas específicas da tradição antiga.As notas medievais quinhentistas contêm um impulso que se tornou presente, explicitamente ou não, ao longo de toda a literatura portuguesa, cruzando os séculos. 

Seus lirismos tradicionais, caracterizados por ser antimetafísico, popular, sentimental e individualista, irá dialogar com as novas modas e sobreviverá. A própria força da terra portuguesa, chamando os escritores para o seu convívio, explica a permanência desse remoto lirismo através dos séculos.A definição do novo ideário estético em Portugal deu-se em 1527, com o regresso de Sá de Miranda da Itália, trazendo uma valiosa bagagem doutrinária. Sua influência foi decisiva na produção e promoção do novo gosto literário.
I- Contexto Histórico
No início do século XIV, inúmeros fatores conjugados e articulados criaram as condições para o início da nova arte. No plano econômico, o renascimento comercial reativou o intercâmbio cultural entre o Ocidente e o Oriente. No plano social, a urbanização gerou as condições de uma nova cultura, sendo as cidades o pólo de irradiação do Renascimento. A ascensão social e econômica da burguesia propiciou apoio e financiamento ao desenvolvimento cultural.
O aperfeiçoamento da imprensa por Gutenberg (Johann Gensfleish), teve especial importância no século XVI, embora não seja considerado um fator direto do Renascimento, pois seus efeitos só começaram a ser efetivamente sentidos no último século do movimento renascentista. Em 1455, foi publicado o primeiro livro europeu impresso com tipos móveis.

A obra, que era uma tradução latina da Bíblia, levou mais de dois anos para ficar pronta e ficou conhecida como a Bíblia de Gutenberg, com uma tiragem de quase duzentos exemplares.Em Portugal, verificou-se o fim do monopólio do clero em relação à cultura. D. João II, que reinou de 1521 a 1557, criou a Universidade de Coimbra e o Colégio das Artes, também em Coimbra, onde introduziu o ensino do latim, do grego, da matemática, da lógica e da filosofia.Os filhos dos burgueses começaram a freqüentar as universidades, tomando contato com uma cultura desligada dos velhos conceitos medievais. A nova realidade econômica gerada pela decadência do feudalismo e o fortalecimento da burguesia exigiram uma nova cultura, mais liberal, antropocêntrica e identificada com o mercantilismo.

O momento histórico vivido pela dinastia de Avis, com a centralização do poder, as Grandes Navegações e o comércio, foi propício aos novos conceitos veiculados na Itália.

“Os portugueses dos séculos XV e XVI provaram pela experiência e pela dedução científica: que o oceano Atlântico era navegável e estava livre de monstros; que o mundo equatorial era habitável e habitado; que era possível navegar sistematicamente longe da costa e conseguir perfeita orientação pelo Sol e pelas estrelas; que a África tinha uma ponta meridional e que existia um caminho marítimo para a Índia; que as pseudo-Índias descobertas por Colombo, eram, na realidade, um novo continente separando a Europa da Ásia oriental e que as três Américas formavam um bloco territorial contínuo; que a América do Sul tinha um ponto meridional como a África e que existia um outro caminho marítimo para a Índia por ocidente; que os três oceanos comunicavam entre si; que a Terra era redonda e circunavegável”.
II- Características
busca do homem universal – passaram o mundo, o homem e a vida a serem vistos sob o prisma da razão. O homem renascentista procurou entender a harmonia do universo e suas noções de Beleza, Bem e Verdade, sempre baseando seus conceitos no equilíbrio entre a razão e a emoção. Estavam longe de aceitar a "arte pela arte", ao modo parnasiano do século XIX, mas apresentavam um alto objetivo ético: o do aperfeiçoamento do homem na contemplação das paixões humanas postas em arte - a catarse grega.

valores greco-latinos –
os renascentistas adotaram a mitologia pagã, própria dos antigos, recorrendo a entidades mitológicas para pedir inspiração, simbolizar emoções e exemplificar comportamentos. Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeição formal, desejando os artistas da Renascença reproduzi-la e perpetuá-la.

busca do homem universal – passaram o mundo, o homem e a vida a serem vistos sob o prisma da razão. O homem renascentista procurou entender a harmonia do universo e suas noções de Beleza, Bem e Verdade, sempre baseando seus conceitos no equilíbrio entre a razão e a emoção.
Estavam longe de aceitar a "arte pela arte", ao modo parnasiano do século XIX, mas apresentavam um alto objetivo ético: o do aperfeiçoamento do homem na contemplação das paixões humanas postas em arte - a catarse grega.

valores greco-latinos – os renascentistas adotaram a mitologia pagã, própria dos antigos, recorrendo a entidades mitológicas para pedir inspiração, simbolizar emoções e exemplificar comportamentos. Consideravam que os antigos haviam atingido a perfeição formal, desejando os artistas da Renascença reproduzi-la e perpetuá-la.

novas medidas e formatos
– surgiram novas formas de composição, como o soneto, o verso decassílabo e a oitava rima, que foram introduzidas em Portugal por Sá de Miranda.

consciência da Nação – no Renascimento português, além da consciência do homem como um ser universal, surgiu uma forte consciência de Nação, devido às grandes navegações, que transformaram o povo em heróico.

segunda-feira, 12 de março de 2012

HUMANISMO


HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO

O humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.

Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.

Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.
O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.

As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.

Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.

É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.


Algumas manifestações
- Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.

Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.

Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.

Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.

O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.

Fernão Lopes foi o mais importante cronista (historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras
“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando


ORTOGRAFIA - DICAS