domingo, 30 de outubro de 2011

REFERENCIAS LITERARIAS PARA O VESTIBULAR UFGD - Silvio Jacques

Silvino Jacques: o último dos bandoleiros -Brigido Ibanhes

Silvino Jacques é um dos heróis mais destemidos e bandidos que circundam a historia do Estado do Mato Grosso Do Sul. A história dele é contada pelo escritor Brígido Ibanhes.

O nome do livro é “Silvino Jacques: o último dos bandoleiros”. Em suma, a obra de Brígido Ibanhes trata da vida e morte de Silvino Jacques, um gaúcho de Camapuã, que fugiu do seu Estado para fazer história no Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul.
A narração é um verdadeiro mosaico de apropriações o que terminou valendo lhe um processo. O autor do livro utiliza para construir seu texto da memória oral, de fatos históricos, já devidamente registrados, e de parte da vida de seu personagem principal que se auto narra, em texto paralelo, do qual o autor se apropriou.

Silvino Jacques - O último dos bandoleiros - Brígido Ibanhes
Capitão Silvino Jacques, afilhado de Getúlio Vargas, tornou-se um bandoleiro, cuja vida e façanhas este livro relata em detalhes de um romance histórico. Sua participação na Revolução de 32 foi decisiva, quando às margens do Rio Perdido fulminou os constitucionalistas, levando-os a uma derrota em Porto Murtinho (MS), fato que deu a vitória aos legalistas. Sem depor as armas de guerra, se colocou a serviço do latifúndio e dos interesses políticos do padrinho Presidente; este preocupado com a faixa de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, palco de sangrentas disputas pela terra.
Depois da trágica morte do paraguaio, Manoelito Coelho, formou-se uma captura, comandada pelo delegado Orcírio dos Santos, que moveu ferrenha perseguição ao bandoleiro, transformando a região num palco de entreveros e atropelos. Por contrariar interesses políticos e familiares, o livro “Silvino Jacques, o Último dos Bandoleiros” foi apreendido pela Justiça em 1986 e o escritor foi perseguido e ameaçado de morte, tendo que se exilar para o Pernambuco. Finalmente, a obra foi liberada pelo Tribunal do Estado, em 1992, quando o escritor foi, então, adotado pelo Pen Club International, organização ligada à ONU, em cerimônia realizada no Copacabana Palace Hotel, no Rio de Janeiro (RJ). Saboreie esta fascinante história tomando um gole do refrescante tererê...

Thau Lygia Bojunga Nunes

Thau Lygia Bojunga Nunes

A história se resume no conflito familiar. Rebeca, a filha mais velha do casal vivencia desde do inicio da separação dos pais, onde a mãe recebe um buque em sua casa e dentro há um cartão, a  menina muito curiosa aproveita a oportunidade em que a mãe atende a ligação de um estrangeiro para dá uma rapida olhadinha no cartão e logo vê a assinatura: Nikos. A mãe parecia muito feliz e ao mesmo tempo sem graça com sua filha, arrumou as flores sem nem olhar para o lado.

Rebeca sai para fazer compras com sua mãe, e a mãe propõe fazer um passeio logo em seguida na beira do mar. Andaram sobre a areia, a menina sempre muito descontraida, olhando sempre para trás para vê as marcas dos pés na areia.

A mãe ja cansada convida Rebeca para descansar; sentadas a mãe começa a contar que esta a um passo de se separar do pai, conta que já estão em crise a algum tempo, desde o nascimento de Donatelo, a menina fica perdida quando sua mãe diz que não ama mais seu pai, que não sabe conviver no meio de tantas brigas e ausência de seu marido e que vai embora para o exterior com outro homem.

Rebeca vê a tristeza de seu pai, inconformada com a decisão da mãe promete para o pai que irá fazer a mãe desistir da decisão, ai vem a parte engraçada da história, já no final do conto quando a mãe está indo embora e Rebeca puxa a mala impedindo-a de sair:Rebeca aproveitou para se agarrar na mala de um jeito que pra mãe levantar a mala ia ter que levantar a Rebeca também.
E outra vez a buzina tocou.

A mãe abriu o olho ( parecia que a tonteira tinha passado), disse:
- Tchau. - E saiu correndo.

O Pai volta tarde e encontra um bilhete no travesseiro:

Querido pai
Não deu para eu cumprir a promessa, a mãe foi mesmo embora.
Mas a mala dela ficou. E eu acho que assim, sem mala, sem roupa pra tocar, sem escova de dente nem nada, não vai dar para a mãe ficar muito tempo sem voltar. Não sei. Vamos ver.
Eu arrastei a mala e escondi, ela debaixo da sua cama, viu?
Um beijo da Rebeca.

Corpo Vivo

 CORPO VIVO
O PREÇO DA ESCOLHA Cajango é o protagonista nuclear do romance de Adonias Filho, “Corpo Vivo”. É dele o corpo que conseguiu sobreviver ao ataque dos jagunços que quiseram se apossar das terras da sua família. A tragédia marca a trama inteira, do início ao fim. A posse da terra era disputada acirradamente, a cada metro quadrado, para o que, tudo valia, sem nenhum limite legal ou ético. “O mundo é muito grande – Alonso disse – mas querem as terras de Januário”.. Aquelas terras valiam ouro e os Bilá tinham um exército no rifle. Que Deus guardasse o compadre Januário!”.

Seu Januário era o pai de Cajango. No sertão não tinha lei, não tinha Estado. E cacau valia ouro. As brigas eram um jeito de relações interpessoais neste rude e selvagem espaço humano. Era a forma de se obter a posse de roças fecundas. Por ali, terras boas para o cultivo do cacau eram fonte de riqueza e de discórdias. Agricultores eram expulsos ou mortos como aconteceu com Januário e a sua família, menos Cajango. A rudeza das inter-relações humanas é refletida em cada personagem da novela, mostrando a dificuldade de uma vida sem justiça. Daí que ”a chacina da família de Januário foi a forma encontrada pelos Bilá para se apossar das suas terras da Fazenda Limões onde já vicejava o ouro, sob o nome de cacau”. Entra na trama o índio Inuri, tio de menino Cajango, que o adota e o cria com o propósito de torna-lo um vingador. Foi para tal fim que o adestrou e o motivou, todos os dias, ao longo da sua infância e juventude. Em conseqüência disso a “escola” do tio Inuri era rodeada de um clima composto de sentimentos de ódio e vingança. “Era para isso que ele vivia. Era assim que o seu tio o tinha criado...”.

A surpreendente virada no jogo se dá quando Cajango apaixona-se por Malva. Isto não teria nenhuma importância se ela não fosse do sangue ruim dos jagunços. E, por fim a vingança não se fez. Malva tocou forte o coração de Cajango. ...”Depois que Cajango conheceu Malva nunca mais foi o mesmo...” “Por causa dela Cajango enfrenta Inuri matando-o...”. Cajango deixa para trás o mundo que conhecia. Parte em busca da realização do seu amor em um lugar seguro para si e para o seu novo jeito de viver.

“Para ele, a mulher significa a sensação ainda não experimentada de amor, de segurança, um ninho a ser construído...” É assim que a ficção trágico-romântica do “Corpo Vivo” revela a capacidade do homem para realizar a sua escolha existencial na tarefa da construção do “si mesmo”, a necessidade que as pessoas têm de afirmar a sua identidade, a essencialidade da busca do ser autêntico, verdadeiro, mesmo que transgressor, embora para isso haja um preço pesado a ser pago. Adonias Filho, CORPO VIVO, 25a ED. Rio de Janeiro: Bertrand, 1993.
Ensaio Sobre A Cegueira, De José Saramago

Contexto
Publicado inicialmente em 1995, a obra mostra o caos que se chega quando um dos sentidos falta a uma grande parcela da população. Evidencia uma epidemia de cegueira que atinge toda a população.

Intitulada Ensaio, a obra de Saramago critica os valores sociais, mostrando-os frágeis, pois onde ninguém vê, teoricamente nada aparece, elucidando que os valores, sejam morais ou materiais, são atribuições que homem faz. Neste contexto, a obra mostra desde aventuras sexuais, o pudor, que já não existe porque não é visto, até à imundície que se instala por toda a cidade.

Resumo
O Ensaio sobre a cegueira  é uma crítica aos valores sociais, expondo o caos a que se chega, quando a maioria da população cega. Revela traços da sociedade portuguesa contemporânea, vislumbrando a maneira como as pessoas vivem através de suas descrições das casas, dos utensílios, das roupas. As personagens não têm nomes, sendo descritas por características próprias – o primeiro cego, o médico, a mulher do primeiro cego, a rapariga de óculos, entre tantos outros que aparecem no desenrolar da narrativa, onde uma epidemia se alastra a partir de um homem que cega esperando o semáforo abrir.

Inexplicável é a imunidade da mulher do médico, parecendo que sua bondade, sua preocupação com o marido, mesmo convivendo entre os cegos sem medo de cegar, a impede de contrair a moléstia. Mas a solidariedade da mulher do médico estende-se, ainda, àqueles de convívio mais estrito, sendo verdadeiro anjo de guarda dos que dividem com ela a enfermaria do hospício abandonado em que são confinados os primeiros a contrair o mal.

De característica onisciente (o que sabe tudo,
Ciente do todo; a todo tempo,O que a tudo compreende), a narrativa leva-nos a refletir sobre a moral, os costumes, a ética e o preconceito, pois faz com que a mulher do médico se depare com situações inadmissíveis às pessoas em condições normais. Exposta à sujeira, a uma existência miserável em todos os sentidos, ela mata para preservar a si e aos demais, e se depara com a morte de maneira bizarra após a saída do hospício: os cadáveres se espalham pelas ruas, o fogo fátuo aparece debaixo das portas do armazém onde, dias antes, ela buscou víveres.

A igreja com os santos de olhos vendados pode ser caracterizada como um dos momentos poéticos da obra: se os céus não vêem, que ninguém veja, numa alusão velada às idéias do filósofo Friderich Nietzshe, "se deus está morto, então tudo posso".
Saramago ainda brinca com a imaginação do leitor nas últimas linhas, deixando implícita a cegueira daquela que foi a única que viu em meio à treva branca, justamente no momento em que todos recuperam, aos poucos, a visão.

Estilo
 Pode-se afirmar que a obra é difícil de ser lida não apenas pelo seu contexto filosófico, mas pelo estilo de José Saramago: as falas entre vírgulas forçam o leitor a um verdadeiro mergulho em suas idéias, pois é impossível parar em meio às idéias do autor. A desconstrução do tempo linear em suas idas e vindas nas memórias das personagens, as características únicas, a mesquinhez presente evocam a reflexão sobre os valores que cada um de nós tem da vida, da moral, dos costumes e até mesmo do que nos é caro: onde está a mãe do menino estrábico? Cegou, morreu? A rapariga de óculos que, em princípio, parece não ter valores, mostra-se filha amorosa, amiga e uma mulher capaz de amar, não pela beleza física, mas pela ternura que as situações a levam.

Personagens
As personagens não caracterizadas por seus nomes, mas por particularidades. Podemos destacar como personagens principais os ocupantes da camarata (Conjunto de camas em um só compartimento em colégios, hospitais, quartéis etc) onde estavam o médico, o primeiro cego, a mulher do primeiro cego, a rapariga de óculos e o velho com a venda num dos olhos.

Como personagens secundários ou coadjuvantes, os cegos que promovem o levante para a redistribuição da comida, aqueles que encontram-se na camarata do cego que tem uma arma, o cego que escreve em braile, a mulher que estava com o cego que tem a arma no momento em que este é assassinado pela mulher do médico, o ladrão, os soldados, entre tantos outros.

ORTOGRAFIA - DICAS