Nos primórdios a educação no Brasil era feita pelos Jesuítas, que se dedicavam à pregação católica. A preocupação deles era catequizar os índios e negros; instruídos mesmo, só eram os filhos dos colonizadores. Os conteúdos eram mais expositivos, não havia escrita propriamente dita.
Com o passar do tempo os Jesuítas também trouxeram os cursos de Letras e Filosofia, considerados secundários; Teologia e Ciências Sagradas de nível superior, para a formação de sacerdotes, mas estes cursos só eram freqüentados pelos filhos da elite colonial. Os Jesuítas permaneceram como mentores da educação por duzentos e dez anos, de 1549 a 1759, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal de todas as colônias portuguesas. Depois da expulsão a educação no Brasil sofreu uma ruptura no processo de implantação e consolidação como modelo educacional.
Com o retorno da Família Real para Portugal, D. Pedro I declara a independência do Brasil. E em 1824 é outorgada a primeira Constituição Brasileira, as intenções foram boas, mas pelas dimensões do Brasil, a educação perde mais uma vez, e por um bom tempo ela fica abandonada. Em 1882 Ruy Barbosa sugere a liberdade do ensino, o ensino leigo e a obrigatoriedade de instrução, obedecendo às normas da Maçonaria Internacional.
A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e para tal era preciso investir na educação. Sendo assim, em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública e, em 1931, o governo provisório sanciona decretos organizando o ensino secundário e as universidades brasileiras ainda inexistentes. Estes Decretos ficaram conhecidos como "Reforma Francisco Campos":
- O Decreto 19.850, de 11 de abril, cria o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação (que só vão começar a funcionar em 1934).
- O Decreto 19.851, de 11 de abril, institui o Estatuto das Universidades Brasileiras que dispõe sobre a organização do ensino superior no Brasil e adota o regime universitário.
- O Decreto 19.852, de 11 de abril, dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de Janeiro.
- O Decreto 19.890, de 18 de abril, dispõe sobre a organização do ensino secundário.
- O Decreto 20.158, de 30 de julho, organiza o ensino comercial, regulamenta a profissão de contador e dá outras providências.
- O Decreto 21.241, de 14 de abril, consolida as disposições sobre o ensino secundário.
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados educadores da época.
O Governo Provisório foi marcado por uma série de instabilidades, principalmente para exigir uma nova Constituição para o país. Em 1932 eclode a Revolução Constitucionalista de São Paulo.
Em 1934 a nova Constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos Poderes Públicos.
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo. A primeira a ser criada e organizada segundo as normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de 1931.
Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal, Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal, com uma Faculdade de Educação na qual se situava o Instituto de Educação.
Em função da instabilidade política deste período, Getúlio Vargas, num golpe de estado, instala o Estado Novo e proclama uma nova Constituição, também conhecida como "Polaca".
Pensava-se em erradicar definitivamente o analfabetismo através de um programa nacional, levando-se em conta as diferenças sociais, econômicas e culturais de cada região.
A criação da Universidade de Brasília, em 1961, permitiu vislumbrar uma nova proposta universitária, com o planejamento, inclusive, do fim do exame vestibular, valendo, para o ingresso na Universidade, o rendimento do aluno durante o curso de 2º grau (ex-Colegial e atual Ensino Médio).
O Regime Militar espelhou na educação o caráter antidemocrático de sua proposta ideológica de governo: professores foram presos e demitidos; universidades foram invadidas; estudantes foram presos, feridos, nos confronto com a polícia, e alguns foram mortos; os estudantes foram calados e a União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar; o Decreto-Lei 477 calou a boca de alunos e professores; o Ministro da Justiça declarou que "estudante tem que estudar" e "não podem fazer baderna". Esta era a prática do Regime.
Neste período deu-se a grande expansão das universidades no Brasil. E, para acabar com os "excedentes", foi criado o vestibular classificatório.
Para erradicar o analfabetismo foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL. Aproveitando-se, em sua didática, no expurgado Método Paulo Freire, o MOBRAL propunha erradicar o analfabetismo no Brasil, não conseguiu. E entre denúncias de corrupção. Foi extinto.
É no período mais cruel da ditadura militar, onde qualquer expressão popular contrária aos interesses do governo era abafada, muitas vezes pela violência física, que é instituída a Lei 4.024, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1971. A característica mais marcante desta Lei era tentar dar a formação educacional um cunho profissionalizante. E 1996 com a Lei 9.394 foram fixadas novas diretrizes para o ensino, que passou a ter a Educação Infantil, Ensino fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, é o que está vigorando até os dias de hoje. A nossa educação evolui muito, mas ainda tem algumas deficiências, mas podemos dizer que hoje só não estuda quem não quer, pelo menos até o Ensino Médio.